A linguagem é a essência da comunicação humana e a gramática é o conjunto de regras que fazem dessa comunicação algo efetivo e coerente. Dentro da gramática portuguesa, o sujeito é uma das peças-chave, pois é ele quem define, em grande parte, a forma como o verbo se apresenta em uma frase. Compreender o sujeito e suas peculiaridades é fundamental para o domínio da língua, tanto na fala quanto na escrita. A identificação rápida do sujeito pode ser um diferencial em proficiências linguísticas diversas, como redações de vestibulares, textos profissionais e até mesmo na interpretação de leis e literaturas clássicas.
Na jornada para dominar o uso correto do sujeito, é importante perceber que ele não somente confere clareza ao que se diz ou escreve, mas também assegura a concordância e a harmonia entre os elementos da oração. Isto é, o sujeito é a chave para entender a estrutura de frases completas e coerentes. Vamos desvendar, então, os mistérios que cercam o sujeito na gramática, aprendendo a identificá-lo e a compreender seu papel, o que é, indubitavelmente, essencial para qualquer pessoa que deseje se expressar de maneira correta e refinada na língua portuguesa.
Definição de Sujeito na Gramática Portuguesa
Na gramática, o termo sujeito refere-se ao elemento da oração sobre o qual se declara alguma coisa. Ele é responsável por realizar ou receber a ação expressa pelo verbo e geralmente antecede o verbo numa sentença declarativa direta. Contudo, embora essa seja a posição mais comum do sujeito, sua localização pode variar, e a identificação pode necessitar de uma análise mais apurada.
A Posição do Sujeito na Frase
Em uma frase de estrutura direta, o sujeito antecede o verbo, mas nos casos de ênfase, interrogação ou estrutura poética, por exemplo, essa ordem pode ser alterada. Independentemente da disposição dos elementos na oração, o sujeito é o termo que concorda em número e pessoa com o verbo.
A Concordância do Sujeito com o Verbo
É imprescindível que o sujeito esteja em harmonia com o verbo, tanto em pessoa quanto em número. Essa concordância verbal é um dos pilares da construção frasal correta na língua portuguesa.
Tipos de Sujeito: Sujeito Simples, Composto, Oculto, Indeterminado e Inexistente
O sujeito pode se apresentar de diferentes formas, o que enriquece a expressão escrita ou falada. Conhecer cada um dos tipos de sujeito ajuda não só na sua identificação mas também a utilizar toda a potência expressiva da língua.
Sujeito Simples
O sujeito simples é aquele que possui apenas um núcleo, ou seja, um elemento central ao qual a ação do verbo se refere, como em “O gato dorme.”
Sujeito Composto
Quando a frase tem dois ou mais núcleos, temos um sujeito composto, por exemplo, “O gato e o cão brincam no quintal.”
Sujeito Oculto
Também conhecido como elíptico, o sujeito oculto é aquele que não está explícito na frase, mas é facilmente identificado pela desinência verbal, como em “Corremos no parque” (onde “nós” é o sujeito oculto).
Sujeito Indeterminado
O sujeito indeterminado ocorre quando não se quer ou não se pode especificar quem é o sujeito. Isso é comum na voz passiva sintética ou com o uso do índice de indeterminação do sujeito, como “Precisa-se de carpinteiros” ou “Falaram mal da peça teatral”.
Sujeito Inexistente
Ocorre o sujeito inexistente em situações em que o verbo não se refere a nenhum sujeito, comumente em frases que expressam fenômenos da natureza ou estados do tempo, como em “Choveu muito nesta semana.”
A Importância do Sujeito na Concordância Verbal e Nominal
Dentro de uma oração, o sujeito tem papel decisivo nas regras de concordância, tanto verbal quanto nominal. Sem um correto entendimento dessa relação, a comunicação pode se tornar confusa e imprecisa.
Concordância Verbal
A concordância verbal é a adequação do verbo ao sujeito em número e pessoa. Erros nessa concordância podem não apenas transparecer descuido no uso da língua, mas também alterar o sentido original do que se deseja expressar.
Concordância Nominal
Similarmente, a concordância nominal se refere à adaptação do substantivo, adjetivo, numeral ou pronome ao sujeito da oração. Um correto emprego da concordância nominal é fundamental para a coesão textual.
Estratégias para Identificar o Sujeito em uma Oração
Identificar o sujeito de uma oração é uma habilidade essencial para o entendimento completo da estrutura sintática de uma frase. Para tornar esse processo mais fácil e intuitivo, podemos utilizar algumas estratégias práticas.
Fazer Perguntas ao Verbo
Uma técnica infalível é perguntar ao verbo “quem?” ou “o quê?”. Assim, o elemento da oração que fornecer a resposta será o sujeito. Por exemplo, na frase “O cachorro latiu”, ao perguntarmos “Quem latiu?”, a resposta é “O cachorro”, que é nosso sujeito.
Invertendo a Ordem dos Elementos
Outra estratégia é inverter a ordem dos elementos da frase. Normalmente, o sujeito precede o verbo, mas essa ordem pode variar. Ao reorganizar a frase para a sequência padrão (sujeito-verbo-complemento), identificamos mais rapidamente o sujeito. Por exemplo, “Latiu o cachorro” pode ser reordenada para “O cachorro latiu”, tornando o sujeito aparente.
O Papel dos Pronomes na Identificação do Sujeito
Pronomes desempenham um papel crucial na identificação e substituição do sujeito em uma oração. Eles podem ser pessoais, demonstrativos, indefinidos, entre outros, e ajudam a evitar repetições desnecessárias e a dar fluidez ao texto.
Por exemplo, na sequência “Joana é estudante. Ela estuda todas as noites”, o pronome pessoal “Ela” retoma o sujeito “Joana” da oração anterior. É essencial compreender o uso correto dos pronomes para garantir a coesão e a correferência textual.
Exercícios Práticos de Identificação de Sujeitos em Frases
Para fixar o conhecimento, nada melhor do que a prática. Vamos a alguns exemplos para identificar os sujeitos.
- Analisar a frase “As flores desabrocharam no jardim”. Pergunta-se ao verbo: “Quem desabrochou?”. Resposta: “As flores” – Sujeito simples.
- Na frase “Nadaram no lago os patinhos e os cisnes”, reorganizamos para “Os patinhos e os cisnes nadaram no lago”. Identificamos assim um sujeito composto.
- Em “Vende-se casa”, temos uma construção que indica sujeito indeterminado, pois não se menciona quem vende.
Realizando esses exercícios regularmente, a identificação do sujeito se torna uma tarefa cada vez mais simples.
Dicas para Diferenciar Sujeito de Predicado
Compreender a diferença entre sujeito e predicado é essencial para a correta análise sintática de uma frase. O sujeito é quem pratica ou recebe a ação, enquanto o predicado é tudo que se diz sobre o sujeito, incluindo o verbo.
Para distinguir um do outro, lembre-se de que o sujeito nunca estará contido no predicado. Se houver dúvidas, busque o verbo e aplique as estratégias já mencionadas para encontrar o sujeito. Tudo o que restar na frase será o predicado.
Exemplificando: Na frase “O gato dorme no telhado”, “O gato” é o sujeito e “dorme no telhado” é o predicado. Percebe-se que, ao isolar o verbo “dorme” e aplicar a estratégia das perguntas, “O gato” responde de maneira clara, definindo assim os limites entre sujeito e predicado.
Análise Sintática: Identificando Sujeito em Diferentes Tipos de Frases
A análise sintática é fundamental para compreender a função dos elementos dentro de uma oração. Para identificar o sujeito, devemos observar quem realiza ou sofre a ação verbal. Uma técnica eficaz é perguntar ao verbo “quem?” ou “o quê?”.
Sujeito em Frases Afirmativas
Em frases afirmativas, o sujeito geralmente precede o verbo. Por exemplo, na frase “O cachorro corre no parque”, o sujeito é “O cachorro”.
Sujeito em Interrogativas e Negativas
Em frases interrogativas ou negativas, o sujeito pode ser deslocado. Por exemplo, “Quem estará na festa?” tem o sujeito “Quem” e “Ninguém respondeu ao chamado”, onde “Ninguém” é o sujeito.
Desvendando o Sujeito Oculto ou Elíptico em Textos
O sujeito oculto ou elíptico é implícito e pode ser identificado pelo contexto ou pela conjugação verbal. Ele aparece frequentemente em diálogos e textos onde o sujeito já foi mencionado anteriormente.
Por exemplo, na sequência “João gosta de futebol. Joga todos os domingos”, o sujeito da segunda frase está oculto, mas compreendemos que se refere a “João”.
O Sujeito Indeterminado e a Impessoalidade na Linguagem
Quando não queremos ou não podemos identificar o sujeito, utilizamos o sujeito indeterminado. Isso é feito através de verbos na terceira pessoa do plural sem referência anterior ou com o uso do “se” como partícula indeterminadora.
Frases como “Falaram mal da empresa” e “Vive-se bem aqui” são exemplos de sujeito indeterminado e impessoalidade, respectivamente.
Preparação para Vestibulares: Questões Comentadas sobre Identificação de Sujeito
Para quem se prepara para vestibulares, a habilidade de identificar o sujeito é crucial. Analisemos algumas questões comuns:
Questão 1
“Depois da tempestade, navios apareceram no horizonte.” Neste caso, o sujeito da oração é “navios”, que realiza a ação de aparecer.
Questão 2
“Choveu muito durante a noite.” Aqui temos uma oração sem sujeito, pois o verbo “chover” é impessoal quando se refere ao fenômeno da natureza.
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